Bolo Doido

 

Tive o prazer de trabalhar junto com o Felipe Motta no fanzine “Bolo Doido do Skate no Brasil”. A ideia veio através do Bill Tassinari (STU), abrindo espaço para que fizéssemos uma publicação especial pra etapa brasileira (e paulistana) do Mundial de Bowl.

Conheço e admiro o Motta desde sempre, mas nunca tinha trabalhado diretamente com ele. Mais do que ele próprio, seu trabalho sempre esteve por perto, nas ilustrações, os célebres quadrinhos do Abarréta, apresentando o Troféu CemporcentoSKATE como Cara de Cavalo ou fazendo as melhores resenhas de discos que já vi na vida no Papo Retilíneo. Na real, se o Motta fosse gringo, era daqueles que a gente chamaria de gênio, sem nenhuma vergonha. Mas isso é assunto pra outra hora.

Em breves conversas, decidimos por um fanzine, contando cinco décadas de história do skate no Brasil. Cinco fotos foram selecionadas pra representar cada época, e baseado nelas o Motta faria ilustrações. A partir daí foi muito interessante pra mim perceber como o processo criativo do Motta passou a interferir no meu trabalho, a ponto de eu fazer um texto “A história mal contada do skate no Braza” que acabou entrando no zine. Outro amigo, Guilherme Theodoro, também se empolgava com cada ilustração que chegava pra nós, e assinou com gosto o projeto gráfico.

Pra minha feliz surpresa, o que era pra ser zine virou uma exposição enorme, ocupando boa parte do Parque Cândido Portinari no fim de semana do STU. Um belo pôster surgiu, e todas as 24 páginas acabaram impressas em painéis enormes.

A tradução dos textos fez com que os muitos estrangeiros presentes pudessem entender do que estávamos falando, e a satisfação de ver um cara como Josh Friedberg (411VM) parado diante dos painéis foi enorme pra mim. Cesinha Chaves, Beto or Die, Fabio Cristiano, Adelmo Jr. e Letícia Bufoni representaram uma infinidade de outros grandes nomes que fizeram o skate por aqui e o tornaram respeitado o mundo todo. 50 anos de skate!

Além do Bolo Doido, exposição de fotos, shows, rodas de conversa e oficinas criativas deram ao público presente a certeza de que o skate é muito maior do que a competição, recado que jamais pode ser esquecido. Torço que essa exposição volte a ser montada em outros eventos, para que mais pessoas possam vê-la e tenham acesso ao fanzine.

Além dos já citados, meu agradecimento se estende também a Rio de Negócios, através do Antoine Olivier e a Luiza Peixoto, pela oportunidade que tive de fazer o que mais gosto: cercado de boas pessoas, contar a História, as histórias e até as estórias do skate, que segue sendo a coisa mais legal do mundo.

Mais explicações, com Felipe Motta: