Uma das respostas para a pergunta do título é simples de ser respondida: Andando de skate sempre que possível, mantendo as amizades de longa data frescas com muitas sessões de skate, resenhas no final do rolê, frequentar as casas dos amigos, marcar festas de fim de ano juntos. Ou seja, estar juntos com ou sem skate.

Inconscientemente um grupo de skatistas começam a fazer algo em prol do skate da sua cidade sem saber o que está fazendo, porque pra nós ocuparmos um espaço público ou privado já está no modus operandi do ser skatista da rua.

Todo skatista além de manobrar possui alguma habilidade inata em paralelo. Tem os construtores de obstáculos, pixadores, grafiteiros, fotógrafos, videomakers, editores, os designers… quem sabe dialogar com a parte políticas das nossas cidades de um modo que não se perca a essência do skate e os governantes entendam as nossas demandas reais.

O que eu disse acima, não é o skatista ter esses conhecimentos apenas como profissão e sim possuir essas capacidades e habilidades por gosto pessoal. Assim essa pessoa devolve para o skate de alguma forma esse dom.

Esse é um passo, que acredito que todas as cidades devam ter indivíduos assim. A parte mais difícil é juntar um grupo de skatistas em um mesmo lugar e tempo para que todos sejam um para ocupar determinado espaço em benefício ao skate.

 


Aqui em Suzano (SP), o universo alinhou as estrelas para que não houvesse protagonismo e que todos buscassem uma melhoria para o skate da cidade. Esse entendimento é a chave para que possamos sempre melhorar o Viaduto (Vermelhão) de alguma maneira, seja com um obstáculo novo, a manutenção dos mesmos ou a pintura periódica do chão.

O tempo vai lapidando as amizades e o envolvimento vai se fortalecendo cada vez mais. No que antes era apenas uma praça vazia, fica o pertencimento tanto visual com vários obstáculos construídos, e o respeito pelo desenho arquitetônico do local, não descaracterizando as bordas naturais que são perfeitas para andar de skate. Assim como o valor imaterial de muitas conquistas sobre um espaço público que podemos chamar de nosso.


Desse modo, assim como a primeira vez que subimos em cima do skate, não sabemos ao certo o que estamos fazendo, uma cena de skate é construída sem saber também, de grão em grão ou marreta e ponteiro vamos criando algo ao longo dos anos que vai se moldando e o que antes não era ocupado se torna vivaz.

O skate não tem dono e nem lugares. O que fica para sempre é a memória de quem lutou pelo espaço, não como seu e sim como usufruto até que outros skatistas entendam essa luta e passem a se pertencer a causa.

Isso é skate independente!

Os likes e visualizações rapidamente se esquecem, agora o suor, cimento e companheirismo na luta por algo intrínseco a todos é para sempre.

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BiblioteKarlos
17/07/2022
00:43

Assista também ao vídeo Na Sessão no Vermelhão (Suzano)