GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA TORCER PELO SKATE NAS OLIMPÍADAS

O skate estreou nas olimpíadas em Tóquio e pelo fato do Brasil ser uma das maiores potências mundiais no esporte e sabendo que em época de olimpíadas brasileiro torce até para peteca se tiver chance de pódio isso tem atraído um monte de simpatizantes e novos torcedores para o nosso universo, o que é legal demais.

Porém, acompanhando um pouco como alguns amigos próximos que não são skatistas e celebridades manifestaram seu apoio ao skate nesse último final de semana nas redes sociais resolvi escrever sobre algumas boas práticas para ajudar a quem tá chegando agora no nosso meio a entender algumas questões importantes.

 Não se torce para ninguém cair

 Eu sei que todo mundo curte ver um brasileiro no topo do pódio mas no skate ninguém torce para ninguém cair. Muito menos se forem japonesinhas fofas de treze anos.

O grande lance no skate é torcer para todo mundo acertar. Porque isso puxa o nível da competição para cima, faz o show ser mais legal e no final o mais importante para quem anda de skate e está ali competindo não é ganhar do outro, mas sim a autossuperação. É muito mais legal você ver alguém ganhar um campeonato dando uma manobra mais difícil do que a do outro competidor do que em cima de um erro.

É normal um skatista comemorar o acerto do outro

 Mesmo valendo medalha olímpica, o skate tem um senso de comunidade muito forte. Muita gente ficou surpresa com o skatista peruano Angelo Caro celebrando o acerto da última manobra que garantiu a medalha de prata para o Kelvin Hoefler ou com a filipina Didal amarradona com a conquista da Rayssa mas isso é algo super normal e acontece não só nos campeonatos mas no dia a dia.

Sim, até skatistas olímpicos caem

 Para quem é leigo deve ser estranho ver tombos, especialmente em uma olímpiada já que em outros esportes tradicionais como a ginástica olímpica por exemplo o erro é algo inaceitável. No skate é um pouco diferente, claro que o ideal é conseguir fazer uma linha ou sequência de manobras sem erros, porém os erros fazem parte e, principalmente no best-trick, skatistas acabam arriscando manobras mais difíceis e técnicas já que é possível eliminar duas notas mesmo que zerando o placar, o que aumenta a chance de erro.

Não tem essa de juiz ladrão

Tudo bem você ficar frustrado porque um japonês (ou japonesa) conquistou o lugar mais alto do pódio, mas não vale jogar a culpa “no juiz” e nem achar que os japoneses foram beneficiados porque estão competindo em casa, até porque julgando as competições de street estavam cinco juízes de diferentes nacionalidades: dois americanos, uma francesa, um brasileiro e um espanhol. E nenhum japonês.

Subjetividade

Diferente de esportes como futebol que gol é gol ou basquete em que ou é cesta ou não é, a pontuação no skate é bem mais complicada. Além da técnica e do acerto das manobras, existe um fator importante que é a subjetividade – uma mesma manobra acertada por dois competidores diferentes pode receber notas diferentes pois os juízes levam em consideração como ele acertou a manobra, a altura, o estilo etc.

É isso, esses são alguns pontos que espero ajudem quem acabou de descobrir o quanto o skate é maravilhoso a entender melhor como curtir o skate nas olimpíadas. Apesar da categoria street já ter rolado ainda teremos a categoria park com Dora Varella, Isadora Pacheco e Yndiara Asp representando o Brasil no feminino já na próxima terça-feira (03/08) e o Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas no masculino na quarta-feira (04/08).

Que todos possam curtir essa experiência ao máximo, se divertir muito e quem sabe trazer uma medalha na mochila! 😉