Conheci Fernando Kawall numa sessão no banks do Clube Pinheiros, aqui em São Paulo (SP). Acredito que isso tenha acontecido por volta de 2008, o Fernando era bem pequeno ainda e lembro que logo nas primeiras conversas, apesar da pouca idade, ele me pareceu muito maduro, consciente do que queria com o skate, e sua habilidade o credenciava pros seus objetivos.
Um pouco depois ele passou a fazer parte do time da franco-brasileira Blaze Supply, e teve seu “Colação” publicado na CemporcentoSKATE em outubro de 2012, quando ele já vivia na California, foto de Eduardo Braz.
Daqui pra frente deixo a história com ele:
“Em 2012 vim pra California pra estudar ingles e fazer um vídeo, queria me tornar skatista profissional. Quebrei o braço na mega de Woodward, o medico errou na cirurgia, mentiu pra mim e passei seis meses com o braço quebrado. Refiz a cirurgia, dessa vez com sucesso, com um médico brasileiro, skatista de speed, Leonardo Alvez de Mendonça Jr., que acabou falecendo após uma queda de skate em 2015. Em 2014 quebrei o braço de novo, em 2015 tive cirurgia de quadril, 2017 joelho (duas cirurgias). Hoje em dia vou no half do (Evandro) Mancha direto, sempre tem brasileiros por lá, Rony Gomes, Pedro Barros, Leo Ruiz. Mas foram 10 cirurgias em 9 anos, então hoje o skate tem outro significado pra mim, é só diversão, não penso mais em carreira como pro.”
Entre essas sessões e cirurgias, ele teve foto publicada no projeto digital da CemporcentoSKATE chamado CMYK (disponível em nosso app):
Nessa semana vi o Fernando em um noticiário do portal Terra sobre sua atuação destacada como engenheiro elétrico, no campo da astrofísica. Ele estuda na UC Irvine. “Em 2016 passei a focar nos estudos e fui premiado na faculdade como engenheiro elétrico do ano, entre os ainda não graduados, graças a uma pesquisa num detector de partículas, num projeto chamado Arianna. ” Agora, o circuito criado por ele irá para a Antartida e pode ajudar a descobrir a origem do neutrino, misterioso raio cósmico considerado um dos maiores quebra-cabeças da astrofísica.
“É muita responsabilidade construir um amplificador de alta performance para sobreviver em circunstâncias tão extremas. Estou muito orgulhoso de fazer parte desse projeto”
Fernando atualmente trabalha em San Diego, na Qualcomm, testando chips de 5G. E dando seus aéreos e ralando os eixos no coping, divertidamente desafiando a física e pensando em astrofísica.