Skate é bom, mas é ainda melhor com os amigos

Uma segunda-feira abafada de começo de setembro e final de inverno: Data escolhida para a sessão de skate de “despedida” de um amigo que está indo para outro estado em busca de novos horizontes. Na mesma data estava marcada a 1ª sessão de boas-vindas de outro amigo de longa data – que faz parte da mesma crew -que estava no exterior e havia chegado de volta ao Brasil no dia anterior.

Estávamos reunidos em cinco. Faltavam apenas o Humberto, que mora em Itanhaém, e o Balão. Ambos não conseguiram colar. Parecia uma sessão de segunda-feira qualquer, como muitas outras que realizamos antes, mas desta vez reunidos novamente depois de muito tempo. Um sentimento de nostalgia. Marquei com os parceiros lá para as 18:30 na arena da Roosevelt. 

Chegando lá, vindo pelo lado da rua Augusta, mandei uma mensagem no grupo do WhatsApp: “Não querem subir aqui no ‘vermelho?’. Eu sequer esperei a resposta e decidi descer pro local combinado. Chegando lá, Branco (o que tá indo), Felipe e Igor (o que voltou) estavam fazendo um solo na frente da base dos policiais militares. Cheguei, cumprimentei a todos e perguntei pelo Pedro. “Ele está lá ajudando um mano que quebrou o braço!”. 

Nesta hora todos já estavam meio em choque e cabisbaixos. Frases como ‘foi do nada, no palquinho’, ‘acho que vai precisar de cirurgia’ e o ‘braço caiu daqui pra baixo’ foram proferidas.

Logo chegou um caminhão dos Bombeiros pro primeiro atendimento. Na sequência, a ambulância para levar o jovem – que aparentava ter no máximo uns 20 anos e já estava devidamente imobilizado – estacionou em frente à praça. 

Mais um par de frases sinceras e empáticas foram entoadas, mas desta vez em outro tom: ‘tomara que ele volte logo a andar’ e ‘ele anda bem, espero que não desanime’. O Pedro nem sabia o nome do rapaz que se acidentou, mas estava lá dando um suporte até o último momento.

A ambulância levou o skatista e o Pedro se juntou a nós na sessão, que foi seguida por um ‘game pra aquecer’ e que também serviu pra esquecermos momentaneamente o acidente alheio. Outro camarada que estava por lá, o Will, quebrou o shape e passou por nós para se despedir. Terminamos o ‘game’ e fomos atrás de uma cervejinha no empório. Tempo de dar um alô no Pam, que tava por ali. Meia horinha de descanso e volta para mais skate.

Andamos! Alguns manobraram com mais e outros com menos intensidade, mas estávamos reunidos e isso já bastava. Eu mesmo acabei me machucando (mais do que esperava) por conta de um pedestre distraído, porém eu também tive minha parcela culpa. Doeu, mas ainda deu pra render uma linhazinha filmada no escuro.

Depois do skate, conversamos ainda mais. Falamos sobre a cidade, política e tantas outras coisas. Paramos para um litrão no bar da esquina, para celebrar mais uma vez a volta de um amigo e a ida de outro. Novos rumos na vida dos dois. Desejo muito sucesso em suas caminhadas!

Eu, Pedro, Igor, Branco e Felipe

Depois disso tudo e antes que os ônibus parassem de circular, partimos para o Estadão para encher a barriga. Uma simples sessão de skate com os amigos proporciona um universo de vivências e experiências. Skate é diversão, é amizade, é cumplicidade, empatia, reencontro, experiencias e um sem número de adjetivos, substantivos e verbos, situações e ações…

O skate nos oferece tanto e cobra tão pouco por isso. Uma segunda-feira como muitas outras, mas que de tempos em tempos vem para mostrar que temos que valorizar ainda mais os nossos amigos, e provar, por a + B que o skate é uma comunidade.