WAGWAN

Eu comecei a filmar pra esse vídeo em 2016 e “terminei”  em 2018. Na verdade foi uma sucessão de fatos: meus dois amigos que mais me filmavam começaram a trabalhar, ironicamente na pista de skate de Suzano. São eles que cuidam da organização lá, portaria, atender as pessoas, etc. Por isso faltou tempo pra filmar, os manos trampam todos os finais de semana, então paramos em 2018.

Filmei uns 3 clipes em 2016, 70% em 2017 e mais umas 5 manobras em 2018. O projeto ficou parado mó cota, mais de ano. A gente queria lançar um vídeo da Thinner Gangue com 03 partes juntas, que é uma banca de skate nossa daqui de Suzano (SP). Aí é aquela coisa clássica, um HD zuou, depois outras complicações e infelizmente acabou não rolando esse vídeo. Desistimos da ideia. Decidi lançar minha parte sozinho. Meu melhor amigo editou mas o notebook dele deu pau, perdendo todo o projeto no programa de edição no final do ano passado.

Então, em janeiro de 2020 eu e ele sentamos e decidimos mudar algumas coisas do vídeo. Pensei em uma introdução diferente usando um trecho do documentário Watstax, um poema que o apresentador recita no concerto beneficente organizado pela Stax Records para comemorar o sétimo aniversário dos distúrbios de 1965 na comunidade afro-americana de Watts, Los Angeles. Uma parada bem louca, misturando protesto, liberdade civil, orgulho preto e skate.

Veja que coincidência, eu pensei uma parada há seis meses e olha o que está acontecendo agora no mundo. Seria até marketagem minha se tivesse editado esse vídeo após a infeliz morte do menino João Pedro ou do mano lá da gringa George Floyd. Mas, mesmo se fosse, eu acredito que a mensagem do poema e o discurso que nela traz dentro do vídeo é bacana e muito necessária de se incluir em um vídeo de skate.