Ricardo Dexter acaba de lançar uma colorway de tênis pela Vans. Dexter, um desses skatistas que fazem questão de seguir trabalhando profissionalmente e passando ao largo dos campeonatos, ou pelo menos com grandes preocupações com resultados, vive um momento especial, com skate maduro, um programa na internet sobre construção de picos e, agora, calçado com seu próprio nome.
Conversamos com ele pra saber mais sobre essa ocasião.
Quando foi a primeira vez que ouviu falar que teria um tênis com seu nome?
Essa história já está rolando faz pelo menos uns três anos. Começou junto com o sonho de sair o primeiro colorway no Brasil, que foi do meu amigo Danilo do Rosário. Quando o dele estava para sair eu sabia que minha história seria a próxima.
Quem decidiu o modelo?
Foi escolha minha. É um modelo que estou usando faz tempo e sempre amei esse modelo. Eles deram carta branca para escolher o que eu queria. Mas todos que trabalham na marca já sabiam que eu iria escolher o Slip On.
E a ligação desse lançamento com o Pedreirage, o programa que você comanda no Black Media? A ideia do programa já existia antes do tênis, ou foi algo pensado pra “amarrar” a ideia?
Na verdade já estava pensando em fazer um programa de construção de picos, pois a gente sabia que estava faltando algo assim. Eu queria meu tênis inspirado nessa cultura e foi a hora certa de amarrar tudo.
E o restante da coleção?
Eu sabia que além do tênis viriam mais algumas peças de roupa. Então decidimos todos juntos que seria a camiseta manga curta e outra manga ¾, coisas que costumo usar. Como não são tão fáceis de achar no mercado, ficou mais legal ainda de poder colocar elas dentro do pack.
Existe algum tempo de treinamento com os lojistas, pra explicar detalhes dos produtos, tanto técnicos quanto históricos?
Sim, tem uma equipe especializada dentro da Vans que faz essa ponte. Mas como a maioria das lojas são skateshops selecionadas (ou lojas próprias da Vans) que já acompanham o que eu faço então muito deles já conhecem a história. O tênis é bem rico em detalhes, muitas coisas precisam ser contadas.
Pra quem você deu o primeiro par?
Para mim mesmo! Entreguei alguns pares na festa de lançamento, mas a primeira pessoa da minha lista foi meu pai, com certeza!
Como você enxerga seu momento atual no skate?
Estou em uma das minhas melhores fases, com um programa de internet, lançamento de um tênis para a Vans…é um momento único, e o mais legal disso é poder seguir trabalhando e estar fora desses campeonatos caretas.
Como você acha que pode/deve contribuir com a cena do skate?
Minha retribuição para a cena é tentar entregar de volta para o skate a autenticidade e a verdade que existe dentro dele. Infelizmente hoje vejo pouco amor e muita ganância em cima do skate e são marcas como a Vans fazem os skatistas acreditarem na verdade, lançando um modelo de um skatista que não está nem próximo de chegar às olimpíadas em um ano olímpico. Mas claro, a minha retribuição é mínima perto do que o skate está me trazendo. Eu sempre vou ser muito grato a ele e acho que nunca vou conseguir retribuir tudo que ele me trouxe. É agradecer e continuar vivendo esses momentos únicos.