Day Off: Pipa Souza

Pipa Souza \ Foto: Tauana Sofia

A mais recente vídeo parte de Pipa Souza já está disponível no canal Go Channel no YouTube.

Com imagens registradas por diversos amigos, a vídeo parte traz imagens do “corre” da skatista macaense, principalmente entre idas para o Rio de Janeiro São Paulo, conciliando o pouco tempo que lhe restava entre trabalho e estudos para poder manobrar e registrar.

O resultado você confere abaixo:

 

Aproveitando a ocasião, nossa colaboradora Estefânia Lima, do coletivo Divas Skateras, selecionou algumas perguntas de fãs e amigos(as) para a Pipa responder.

Confira!



@agnestattoo
: Quando tu teve o primeiro contato com skate e como se sentiu?
Pipa: Meu primeiro contato com o skate foi há 15 anos atrás. Logo no primeiro dia eu já sabia remar, parecia que eu tinha acabado de encontrar algo que eu sabia que ia gostar pro resto da minha vida. Eu me senti eufórica e preenchida.


@leandrorasma @ygorpicolino @matsuumoto: Em algum momento você já pensou em desistir do skate? Se sim, o que te manteve e o que te mantém sobre as rodas?
Pipa: Em desistir do corre de viver do skate, já pensei, sim! É muito complicado jogar o tal do “game” que a galera fala e que só a panela controla; ainda mais sendo do interior. Desistir de andar de skate não dá… Dá pra desistir de jogar o “game”, mas desistir de andar é outra história. Não dá pra abandonar uma parada que virou essencial na minha vida e que me moldou até aqui. Sendo assim, o que me mantém sob as rodas é o amor que eu sinto pelo skate.


@morales.igor: Quais as maiores virtudes que aprendeu andando de skate?
Pipa: Acho que a principal é a humildade. Não me vem mais nenhuma na cabeça.

 

@flipereis: Se não fosse skatista, seria?
Pipa: Provavelmente eu teria seguido minha carreira como lutadora de taekwondo.

 

Pipa Souza / Foto: André Sancanari

 

@dropsk8: Qual pico preferido em Macaé sem ser o D.I.Y?
Pipa: Macaé é o cantinho pra onde eu volto depois das aventuras e reabasteço as energias. Eu gosto da cidade inteira. Tenho uma relação nostálgica com Macaé, cada rua que eu passo, me lembro de algum momento bom que já vivi em cada calçada, cada olho de gato… Parece que eu pertenço a cada canto da cidade por onde passei e deixei alguma manobrinha desde que comecei a andar. Meu pico favorito (já que não posso falar do D.I.Y que amo tanto), é uma calçada amarela que nem existe mais. Eu e os moleques usávamos ela de gap todos os dias e competíamos quem acertava mais manobras, bons tempos!

 

@applausehrdwr: Macaé ou Scandinavia?
Pipa: Scandinavia, hein! Rs.

 

@eliakiller: Recentemente uma marca tentou te contratar, mas parece que não foi pra frente. Por que não rolou?
Pipa: Assim… De fato rolou uma oportunidade grande que era só eu estar mais disposta a  me envolver e tal, só que pra mim não fazia sentido ir contra tudo o que eu prezo como mulher e skatista. Eu não poderia me deixar levar pelo nome de uma marca que tem um histórico que vão contra os meus princípios. Isso seria ir contra os meus princípios e tampouco sou capaz de me sujeitar a qualquer coisa pra “me dar bem” dentro do game do skate. Primeiro eu defendo as bandeiras que eu levanto.

 

@agnestattoo: Como lida com o machismo e o preconceito no skate?
Pipa: Hoje sei me impor diante dessas questões que você levantou. Às vezes resolvo na base do diálogo ou de um belo esculacho. Depende muito do contexto em que essas situações ocorrem.

 

@_mgabis_: Como você tem visto o skate agora olímpico? Já que parece que muito da essência se perde.
Pipa: Sinceramente? Fico desanimada com o rumo que as coisas estão tomando. O skate ganhou outra cara. Só se pensa em treino, só se pensa em pódio. Mas por mim, tudo bem também. Skate é livre e cada um se diverte como quiser. Apesar de ter seu lado negativo (gigantes da indústria engolindo o mercado, marcas fechando porque não conseguem competir com essas gigantes, skate ruim sendo vendido no Walmart, marcas do mercado visando somente gente que sobe em pódio, etc.), skate nas olimpíadas também tem seu lado positivo, principalmente pro skate feminino. Vai trazer uma visibilidade pras mulheres skatistas que acredito eu, nunca houve antes. Na pior das hipóteses, as próximas gerações serão em sua maioria competidoras… Mas se tudo der certo, nós que estamos resistindo no lado underground da força não vamos deixar que as monas do skate de rua sumam. Espero que dê pra ter entendido o que tentei responder.

 

Pipa Souza \ Foto: Tauana Sofia

 

@gabirinja: Qual foi o momento mais divertido e o mais tenso nas missões da vídeo parte?
Pipa: O mais divertido foi no Museu do Ipiranga que ficamos brincando de dar as mãos e dar as manobras. Brincar de skate sincronizado rendeu muitas risadas naquele dia. O mais tenso foi em Buenos Aires em um dia que saí pra filmar em uma praça que só dava pra filmar no horário de meio-dia. Um sol do caramba e acabei passando muito mal…Tive insolação e fiquei dois dias sem andar pra conseguir me recompor.

 

@dandaranovato @nathiziodoro @affsuka: Qual a maior dificuldade que você viu fazendo a vídeo parte? Qual o maior desafio de trabalhar e fazer a vídeo parte ao mesmo tempo?
Pipa: A maior dificuldade de todas foi encontrar alguém que tivesse paciência e disponibilidade pra sair de missão comigo. Inclusive, obrigada Grazi, Igor, Raphael, Deeny, Felipe, Rodrigo e Xim por terem segurado o rec. Minha segunda dificuldade foi encontrar tempo. Sou uma pessoa que sai de casa às 06:30 da manhã e volta às 23:00, porque além de trabalhar, eu estudo. Só tenho os fins de semana pra dar conta dos trabalhos da faculdade e andar de skate. Muitas vezes fui pra São Paulo filmar, chegava sábado de manhã… Desembarcava na rodoviária depois de 7 horas de viagem e ia direto pra rua tentar render e depois vinha embora no domingo à noite, encarando mais 7 horas de viagem e desembarcava direto no meu trampo, pois já chegava em Macaé na hora do meu expediente. Olhando pra essas condições, acredito que o meu maior desafio no meio disso tudo, é não ter liberdade pra andar de skate quando eu quero e sim quando eu posso. Inclusive o vídeo se chama “Day Off” por causa disso.

 

@deyvinstagran: Sentiu falta de amigos para filmar e fazer foto durante a gravação da vídeo parte?
Pipa: Orra… Vai dar até pra perceber no vídeo que só tem imagem de Macaé porque em uma, eu mesma me filmei e as outras duas imagens foi porque eu praticamente falei: “VAI ME FILMAR SIM!”, rs, deixo aqui a minha alfinetada e saio de fininho…

 

@vitoriabortolo: Como foi a correria para colar nos spots que não são na sua área? Fiquei sabendo que até outros “aires” você respirou, rs.
@pipasouza: A correria foi a de sempre… Economizar o máximo possível pra ter dinheiro  e conciliação de tempo entre as minhas obrigações pra ir onde eu queria andar. Pois é… Aproveitei as férias e o décimo terceiro pra rever umas amigas e andar em uma das cidades que mais curto. Acho que minhas três vídeo partes têm imagens em Buenos Aires, rsrsrs.