Douglas PrietoMomento especial na vida de Felipe Felix, skatista do ABC paulista. No sábado passado (01 de maio) aconteceu o aguardado lançamento de seu pro model de shape pela tradicional Child e, agora, o lançamento do vídeo “Amarelo Cinza”, feito com o videomaker sempre presente em sua vida Luiz Felipe Ferreira
Tornar-se profissional como manda o livro é sempre uma expectativa enorme pra qualquer skatista que torna-se parte do grande game do skate. Adicione uma lesão séria meses antes do prazo combinado e temos ainda mais drama nessa história. Felix esperou, continuou sendo o mesmo cara, só que ainda melhor. E a hora chegou. Confira a entrevista, concedida logo após a realização do sonho.
Uma lesão mudou seus planos, mas enfim chegou esse momento, com esse vídeo e pro model.
Sim, me lesionei no último dia do Vale, na celebração final. Rompi o ligamento do joelho no meio de 2019, e a ideia era passar pra pro em 2020, com esse vídeo que saiu agora. Mas esse tempo me fez ver a vida de outra maneira, e ainda por cima a recuperação emendou na pandemia. Mas estamos aqui, com os amigos, chegou o momento. Voltei a andar de skate, de fato, há seis meses.
Como foi a recuperação?
O tratamento era caro. Mesmo com muita gente ajudando, estava muito difícil conseguir fazer a operação do joelho. Até que a vida encaminhou pra eu conhecer um cara amigo de um diretor do Hospital das Clínicas, e uma semana após esse encontro eu estava na cirurgia. Quando você quer algo, o universo conspira para te proporcionar aquilo.
Além da sua família, que está sempre junto, teus patrocinadores foram firmeza né?
O Edu da Drop Dead e o Maurício da Ratus fizeram tudo que estava ao alcance deles, não me deixaram na mão um dia sequer com fisioterapia, exames. Isso tem que ser exaltado, tem que ser dito. Hoje em dia tem poucas marcas que realmente fazem pelo skate, e veem o skatista em primeiro lugar. É importante que as marcas olhem o skatista como um ser humano, e se preocupem não só com o skate, mas com a saúde, com o bem estar.
Flip que virou capa da edicão 202 (foto Raphael Kumbrevicius)
A escada do Monumento da independência que te rendeu a capa da CemporcentoSKATE 202 foi bem explorada no Desafio de Rua de 2020. O que espera ver lá?
Cara, eu acompanho muito essa molecada que está vindo. O tempo passa, vem outros caras, a evolução é constante. Eu tentei por muito tempo o flip que acabou sendo capa. Ver os moleques de agora Ismael Leite, Marcelo Profeta, Marcelinho Batista, Vinicius Costa…é a hora deles, os moleques tem skate de impacto, é isso que me inspira. O skate que eu gosto de ver é o skate de manobra.
Então…vamos a elas. Conta um pouco do que temos de manobra em “Amarelo Cinza”
O heelflip varial e o nollie flip em Maringá (PR) foram na mesma semana. Dificilmente vou num pico e acerto no mesmo dia, o Luiz (Felipe Ferreira, videomaker) sabe bem disso. Mas essas duas foram no mesmo dia, muito rápido, estava bem à vontade nessas duas sessões. Depois descemos pra Floripa onde tem o shovit pulando o tronco de madeira. Poucos caras andaram nesse pico. Gosto muito de shovit heel, de heelflip também, mas eu não tinha um shovit simples. Filmar é aproveitar o momento, a presença do videomaker comigo, dos amigos. O Profeta (Marcelo), por exemplo, foi um que esteve junto em boa parte das filmagens.
Algumas coisas aí do vídeo estão filmadas algum tempo, principalmente por conta da sua lesão/pandemia, não é?
foto Raphael Kumbrevicius
O wallie no pilar redondo no monotrilho foi logo após o lançamento do Realidade Das Ruas, que aconteceu em 2017. Essa foto acabou saindo na minha entrevista aqui na CemporcentoSKATE, quando fui capa com o flip no museu. A gente vai juntando material, sem pensar muito no que vai acontecer.
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Amarelo Cinza
Child Skateboards
Imagens: Luiz Felipe Ferreira
Imagens adicionais: Marcos de Souza
Animação: Matheus Gomes
Música: Mistaluba- Flexibilidade