LOCKDOWN

Em um lugar distante afastado dos holofotes da grande mídia, porém dentro do perímetro dos grandes centros industriais e enorme população de trabalhadores escravizados em regimes totalitários e ditatoriais de produção em massa, supostamente escondidos em um inocente torneio de forças militares em uma cidadezinha no interior da China, posteriormente conhecida em todo mundo como Wuhan, ‘’surge” um vírus, uma peste, uma arma, nunca vista antes pela humanidade. Coronavírus é o seu nome, e não é um ”gripezinha”. A  nomenclatura foi dada pelo simples fato de sua forma estética se parecer e muito com uma coroa de rei. Reis, aqueles que se assemelham mais a tiranos nazifascistas, genocidas assassinos e ditadores burocratas ordinários a frente de grandes nações a exemplo da nossa.

Jeferson Dionato, wallride (foto Wilson Simões)

Pouco conhecido pela comunidade científica, e muito menos por nós meros desbravadores dessa grande selva outrora chamada de Planeta Terra, este vírus nos pegou de surpresa. Ele está nos forçando a nos mantermos em casa, muitas vezes isolados e quase sempre longe das pessoas e do que mais gostamos de fazer em nossas vidas. Nos resta tão somente sonhar com aqueles dias em que vivíamos a remar por todas as calçadas, ruas, becos, vielas, guias de mármore e escadarias de bancos privados entupidos de dinheiro cobrados a juros exorbitantes de pequenas empresas e meros trabalhadores em busca do sustento de suas famílias, disfarçados e denominados de operações bancárias pela sociedade pós revolução industrial.

Iure Almeida, switch flip (foto Wilson Simões)

Há poucos dias ouvimos claramente da boca do nosso ministro da economia: que caso sejamos ajudados (as pessoas comuns e pequenas e médias empresas), daremos prejuízos aos cofres públicos do Brasil varonil. Sem falar do medo e da depressão implementada pelo processo diário de disseminação de notícias falsas por redes sociais e certas mídias que manipulam os interesses privados e/ou pessoas magoadas com seu próprio fracasso intelectual e material. Ou mesmo algo que não as satisfaz individualmente. Vivemos o caos.

Iure Almeida, varial flip (foto Wilson Simões)

Até quando iremos nos preocupar somente com nossas manobras, nossos tênis, a quantidade de seguidores que estamos ganhando nas redes sociais atuais, em nossa marca, nosso mundo, nossos lançamentos, nossas roupas customizadas ou fábricas em massa? Deixemos de pensar em nosso umbigo. Será que teremos que perder um amigo skatista ou um parente próximo para que alguém de dentro da dita indústria do skate se posicione sobre o absurdo que estamos vivendo de forma sensata? Nós queremos provocar o diálogo, deixando aqui nosso manifesto em formato de vídeo, somos expressamente solidários a todas as famílias do Brasil e do mundo neste momento, liberdade de expressão da verdade dos fatos, das comprovações e crenças científicas baseadas em estudos comprovadamente protocolados por agências reguladoras oficiais. Sem fake news, viva a soberania do Brasil, viva a liberdade, viva o skate. Abaixo a tirania, a calúnia, a difamação, a má índole dos nossos governantes e a nossa cegueira egoísta peculiar a nós seres humanos. 

Wilson Simões

LOCKDOWN é um curta em formato de manifesto. Ele expressa nosso repúdio a todo esse processo mentiroso e descarado de cegueira, de alienação e ameaças a nós e nossos povos em geral. Somos contra ao assassinato dos povos indígenas da Amazônia, as terríveis queimadas em nome do desenvolvimento do Brasil. Somos solidários a todas as comunidades das favelas, aos nordestinxs, aos skatistas muitas vezes expulsos a tiros dos spots, com discursos de ódio e de violência, ataques e desrespeitos verbais. Abaixo as pessoas e as empresas que se valem das suas redes sociais e de suas ”hordas” de seguidores repugnantes que disseminam qualquer conteúdo de ódio. Abaixo aos lucros dos bancos, ao financiamento de campanha política por parte do governo ou de empresas privadas, somos contra a veiculação de qualquer tipo de publicidade de governo. Lembre-se da publicidade nazista e o que ela nos trouxe. Somos todos humanos e sofremos basicamente dos mesmos males, paremos de nos atacar uns aos outros, vamos nos unir em torno da ciência, do conhecimento acumulado em nossa própria história ancestral. Respeite o outro como realmente gostaríamos de ser respeitado e viva ao amor que temos pelo skate. Bom retorno de quarentena mas não se esqueça: ainda não temos a vacina, seja consciente, se proteja, proteja seu amigo de sessão, seus filhos e todos que fazem parte dessa grande família.
Liberdade, verdade e respeito às suas próprias origens.