LUDDY LOURENÇO


Quando o sonho vem desde pequena e acredita nele, você continua tentando construí-lo. Luddy Lourenço, nascida e criada em Brasília, começou a conhecer o real skate de rua há cinco anos. E tem uma garra incrível para tentar vencer o tempo que passou quando não podia sair de casa para andar.

Ela anda de skate sozinha, com amigos, com tênis furado arrancando sangue do dedo e ouvindo country americano. Não tem tempo ruim para ela. Ela está tentando construir sua história no que ela mais ama, viver do skate! A persistência e determinação para chegar ao que uma pessoa quer, atingindo ou não, é vencer cada obstáculo, e isso já será algo a ser contemplado.

Nome : Luddy Lourenço
Idade : 20 anos
Tempo de skate : 5 anos

 

O que é o skate para você?

Eu poderia começar dizendo mil e uma coisas que poderiam definir o skate pra mim. O skate me mostrou uma forma diferente de ver o mundo e que tudo podemos conquistar apenas acreditando e estando em cima do carrinho, e isso se tornou uma parte de mim. Pegar o meu carrinho e remar até a padaria, ou até um skate park.

Quando começou sua história no skate?

Eu era pequena, tinha 5 ou 6 anos e eu lembro até hoje como foi, sempre tive o pensamento que todo mundo tem algo que leva pra vida inteira, mesmo que não seja profissão, pode ser hobby. E isso me fez pensar “o que eu quero pra minha vida?” Passaram uns dias e eu estava com minha mãe, quando eu vi um carinha descendo em um skate. Eu fiquei parada olhando até ele sumir! Fui na minha mãe e perguntei o que era aquilo, e ela disse “ é um skate, filha”.

Eu fiquei calada e não disse mais nada. No outro dia cheguei na minha mãe e pedi um skate de aniversário, e ganhei. Mas era um skate de plástico, remava e remava e mal saia do lugar, mesmo assim achava incrível. Aprendi a fazer meu primeiro manual naquele skate de plástico, encostava o tail no chão, saia comendo tail e mesmo assim me amarrava. Desse dia em diante eu já sabia que nunca largaria o skate, poderiam falar pra mim qualquer coisa positiva e negativa, eu não largaria. Minha mãe sumiu com esse meu skate, fiquei um tempinho sem andar, com oito anos voltei com tudo e não parei um dia de andar até hoje.

Como você enxerga o skate feminino nessa geração que você faz parte?

Essa geração são de “monstrinhas” chegamos a um alto nível, mas que ainda tem muito chão pra percorrer. Estamos conquistando aos poucos o que é nosso de direito e sei que todas que querem vão chegar onde sonham. Temos união, mas precisamos de mais, um pequeno detalhe que pode conquistar tudo.

Quais são seus objetivos, andar sempre por diversão, ou ser profissional?

Diversão é o segredinho. Os meus objetivos são os dois, quero ser skatista profissional, mas pra isso todo dia tenho que acordar, olhar pro carrinho e ir pra sessão me divertindo, chegar e aprender manobras novas, conhecer pessoas novas, isso sim, vai me levar a lugares grandes. Quero treinar para campeonatos nacionais e internacionais. E quando um dia me perguntarem “Luddy, qual sua profissão?” Eu vou responder “eu ando de skate”.

Você tem medo ou receio de mandar alguma manobra?

Acho que todo skatista tem medo ou receio de algo, seja manobra ou obstáculo. O meu medo é corrimão, mas isso não quer dizer que eu não vá mandar a manobra mais pesada nele ou a mais básica. O medo só depende de você, e se preciso ficar um dia todo encarando meu medo, eu vou fazer isso! Porque eu não vou deixar isso me levar pra trás.

O que, e quem te inspira a andar de skate?

Quando comecei a andar, comecei a acompanhar alguns vídeos de skate e um deles era do Torey Pudwill, lindo de se ver! Um dos motivos das minhas manobras serem altas e por conta dele, nunca gostei de mandar nada arrastado e quem me conhece sabe muito bem disso, até chegam a reclamar comigo em uma hora de gravação, por eu não aceitar qualquer jeito e sim, uma manobra perfeita. Quem me inspira é quem está comigo no dia a dia, vendo minha alegria, comemoração, meu choro, me ajudando, vendo minha luta.

Quer deixar um recado?

Agradecer! Agradecer quem viu o potencial em mim e começou a me ajudar, começou a me colocar mais perto do meu sonho. Mesmo em momento de desentendimento, nunca saiu do meu lado. Me deu bronca, sorriu comigo e me ajuda. Meu recado é obrigado Graciele Santiago. E quero agradecer minha mãe, por tirar o que não tem do bolso para me levar em um e outro campeonato em outras cidades e regiões do Brasil para competir.