Edição 104

::CAPA::
Rodrigo Maizena, desce um difícil corrimão de backside boardslide em Barueri, São Paulo. Foto: Renato Custódio.

:: Matérias Principais :: 

Diego Oliveira: “Chapa Quente” 
19 anos, 11 de skate
Patrocínios: Plasma, Tomboy, Trauma, Oakley e Red Beach

Texto por Marcelo Viegas
Entrevista por Alexandre Vianna
Andar de skate está ao alcance de todos. Andar bem depende de empenho, treino e alguma dose de talento. Agora, existe um grupo de abençoados que parecem ter nascido com alguma predisposição natural para a coisa, como se houvesse uma capacitação mágica inserida no seu DNA, ou, e isso parece ainda mais improvável, como se fossem geneticamente modificados. Foi o que disseram sobre Diego Oliveira, e vendo o cara andar, essa possibilidade nem parece tão improvável assim. Como ele mesmo diz, a Chapa é quente!

Como você começou a andar de skate?
Comecei a andar de skate andando sentado no carrinho de rolimã na minha rua, onde eu sempre morei, lá no Jardim Robru, em São Miguel na Zona Leste. Um amigo meu, o Henrique, montou meu primeiro skate, aí minha mãe foi e jogou fora, porque eu não ia pra escola, só queria andar. Naquela época eu andava de bicicleta e fazia várias coisas. Já até joguei capoeira. Mas com o skate foi o que eu mais me empolguei. Ter começado a andar de skate foi a coisa mais importante pra mim.

E sua mãe proibia mesmo?
Minha mãe pensava que eu ia usar droga andando de skate, por isso que ela me prendia para eu não andar. A maioria dos meus amigos usavam drogas lá né? Por isso que ela não deixava eu andar.

Leia matéria com Diego Oliveira na íntegra com fotos na CemporcentoSKATE #104

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Humberto Beto
Texto por Marcelo Viegas
Entrevista por Guilherme Lima, Marcelo Viegas e Marcos Hiroshi

Humberto Oliveira de Souza “Beto”
27 anos, 12 de skate
Patrocínios: New Skate e Booerage

Humberto Beto é um guerreiro. No skate e na vida. Superou um grave acidente e voltou a fazer o que mais gosta, andar de skate. Tirou lições importantes desse trauma e hoje se considera uma pessoa muito melhor do que aquela antes do acidente. Renasceu e aprendeu que não custa nada ser gentil e cordial com as pessoas. Seus valores mudaram, suas idéias mudaram e sua visão do skate também. Nessa entrevista ele abriu seu coração e fez uma autocrítica valiosa, ao afirmar que a arrogância do velho Beto está morta e enterrada. O novo Beto sabe que ninguém é melhor que ninguém. Hoje ele é um cara tranquilo, em paz consigo mesmo, e com disposição para fazer as pazes com o mundo. Afinal, o que importa mesmo é andar com os amigos, resgatando a essência do skate: a diversão. O resto é detalhe, ou ilusão.

Recordando o Passado
Comecei a andar no final de 93, quando surgiram os boatos que ia sair uma pista. Mas tudo que eu aprendi do skate foi na pista da Saúde, a base foi lá. Graças a Deus eu moro num lugar que saíram vários skatistas profissionais, tipo o Urina, o Pig, o Chaves. Tinha uma rua com uma rampa bem perto da casa do Urina. Foi lá que eu comecei varar rampa, saia catando igual um louco. Era uma fase em que o Jamie Thomas era o cara, Tarobinha, o próprio Urina, sempre foram uns caras de mais impacto e foram o alicerce de quando eu comecei a andar de skate, por isso que eu tenho um skate de mais impacto hoje. Nessa época eu conheci o Hiena e comecei a ver outros caras andando. O legal da Saúde é que é uma rua disfarçada de pista, tanto que várias fotos, inclusive aquele lendário switch backside smithgrind do Chupeta, é no corrimão da Saúde. Foi onde corri o meu primeiro campeonato de iniciante…

Veja fotos e matéria completa com Humberto Beto na CemporcentoSKATE #104

Uma demo pra ninguém botar defeito 
O clima agradável da cidade de São Paulo no dia três de setembro estava propício para uma boa sessão de skate. E foi isso que aconteceu no Ginásio do Corinthians, onde um público animado marcou presença para a demo de lançamento da Nike Custom Series Brasil, uma série de tênis da linha Dunk, inspirada nos skatistas brasileiros César Gordo, Fabio Cristiano, Rodrigo Petersen e no fotógrafo Flávio Samelo. Foram mais de três horas de skate da melhor qualidade, com a presença ilustre dos skatistas Paul Rodriguez, Omar Salazar e Reese Forbes, além da equipe brasileira profissional e dos amadores Rafael Finha, Caio Pastel, Mario Pastel, Fernando Java e Juliano Amaral. O evento foi uma oportunidade de rever velhos e novos amigos, e ver os gringos não fazer corpo mole na pista especialmente montada para o evento.

Na segunda (dia 4) o compromisso dos skatistas foi com o público que apareceu na Maze Skate Shop (SP) para uma tarde de autógrafos, e foi lá que fizemos uma entrevista rápida com o skatista americano Paul Rodriguez:

O californiano Paul Rodriguez é um dos ícones da nova geração do street mundial. Cobiçado pelas principais marcas de skate nos EUA, ele fez uma carreira meteórica. Não tinha como não ser assim, afinal sua facilidade em andar de skate com perfeição é impressionante. Às vésperas de completar dez anos de skate, o prodígio fez uma rápida passagem pelo Brasil, pela primeira vez, para prestigiar o lançamento dos Custom Series, tênis customizados pelos skatistas brasileiros da equipe Nike SB e pelo fotógrafo Flávio Samelo. Paul Rodriguez metralhou a pista de manobras, mandou uma atrás da outra, fazendo jus ao seu renome. Tinha muita gente lá pra conferir e ele não decepcionou ninguém. Deixou também algumas impressões do Brasil. Confira.

O que você achou do Brasil?
Até agora foi muito legal. Não fiquei o suficiente para ver muita coisa, mas as pessoas são legais, vocês têm boa comida, fiquei em um hotel bom, fizemos uma demo muito legal, então foi tudo bom.

Leia matéria na íntegra na CemporcentoSKATE #104

20 manobras que não devem ser esquecidas 

Mais do que uma simples retrospectiva, essa matéria é uma homenagem aos protagonistas de manobras tão incríveis que jamais devem ser esquecidas. Compilamos aqui algumas daquelas que consideramos marcos na trajetória da revista e na carreira dos skatistas que tiveram espírito de vanguarda, coragem acima da média ou capacidade técnica suficiente para realizar tais façanhas. Uma boa oportunidade para a nova geração conhecer um pouco do passado da revista e do skate nacional, e um presente valioso para aqueles que vivenciaram tais manobras à época em que foram realizadas. Para guardar, para relembrar, para conhecer e, principalmente, para jamais esquecer.

A matéria conta com as fotos de:
Alexandre Pedro – 1996
Ricardinho Carvalho- 1997
Nilton Urina – 1997
Roberto Índio – 1997
Marcus Cida – 1997
Wolney dos Santos- 1998
Lúcio Mosquito – 1998
Biano Bianchin- 1998
Alexandre Zikkzira – 1999
Rogério Troy – 2001
OG de Souza – 2002
Rodrigo TX – 2002
Rafael Pingo – 2002
Sandro Dias – 2004
Fabio Cristiano – 2004
Denis Borracha – 2004
Diego Oliveira – 2005
Bob Burnquist- 2006
Klaus Bohms – 2006
Luan de Oliveira – 2006

Veja fotos e leia matéria na íntegra das 20 manobras que não devem ser esquecidas na CemporcentoSKATE #104

A LÍNGUA AFIADA DE DUANE PETERS

Na sua primeira sessão de skate no Brasil, o lendário Duane Peters conta com exclusividade para a CemporcentoSKATE a história da sua treta com o maior skatista de todos os tempos, Tony Hawk

Não é todo dia que temos o privilégio de conhecer uma lenda-viva do skate, e mais raro ainda é conhecer uma lenda-viva do skate e do punk rock no mesmo dia. Encontrar Duane Peters foi o famoso “dois coelhos com uma cajadada só”. Mas havia um risco iminente: ele poderia ser um tremendo mala. Não foi. Foi simpático, atencioso e, como era de se esperar, absolutamente polêmico nas suas declarações. O receio de encontrar um figurão metido e mascarado se desfez logo no primeiro contato. Duane estava de bom humor e não se intimidou com o gravador. Falou, falou, falou e não poupou nem medalhões como Tony Hawk e Steve Caballero.

Texto e Entrevista por Marcelo Viegas
Fotos por Renato Custódio

Você está gostando do Brasil?
Estou me divertindo muito, e sabe de uma coisa, tem muita “atitude skateboard”. Todos esses moleques são legais, 15 anos atrás tinha a separação entre a “nova escola” e a “velha escola”, e era uma merda. E agora vejo um monte de caras novos e diferentes se divertindo muito com a gente. Vocês me levaram em várias pistas com linhas boas de grinds. Tarde ensolarada no Brasil e eu estou com vocês, várias boas manobras, vocês são “os caras”. A viagem está surreal.

Leia matéria na íntegra de DUANE PETERS na CemporcentoSKATE #104

Dois Pontos: Ronaldo Formigão
No ano de 1989 Ronaldo “Formigão” pisou no seu primeiro skate, sem saber que aquilo guiaria sua vida dali pra frente. Andou muito de skate, fez amizades, ganhou campeonatos amadores, conseguiu patrocínios, trabalhou em uma fábrica de shapes e em 94 decidiu passar para a categoria profissional. Nesse mesmo ano se desligou do seu emprego e, na necessidade de continuar trabalhando, decidiu montar seu próprio negócio: uma fábrica de shapes. Naquele momento, influenciado por uma tendência internacional de criar marcas com nomes que tiravam sarro, criou a “Nail”, que traduzido para o português significa “prego”. Fazer uma fábrica de shape e sua marca própria passou ser seu grande, enorme, gigantesco desafio. Altos e baixos, dificuldades, e o turbulento mercado de shapes não fizeram Formigão desistir de andar de skate nesses doze anos dedicados a sua empresa. Estar em cima da lixa era sua motivação, não tinha como largar aquilo.

Nascimento: 08-08-73.
Tempo de skate: 17 anos
Onde nasceu e onde mora: São Paulo (SP)
Patrocínios: N.A.I.L. Boards.

Leia íntegra da matéria com Ronaldo Formigão na CemporcentoSKATE #104, já nas bancas.

CemporcentoSKATE visita: Fartura
Por Guilherme Lima
Fotos Ivan Cruz
A cidade de Fartura, no interior de São Paulo, acordou no feriado de 7 de setembro ao som das bandas dos colégios que desfilavam em comemoração ao dia da independência. O sol anunciava um dia agradável para comemorações, e para uma boa sessão de skate. Foi o que aconteceu depois dos desfiles e da fanfarra, quando seguimos para a comemoração de dois anos de aniversário da pista pública de skate com apresentação do amador Leandro Saguão, do farturense Flávio Augusto e skatistas da região.

Leia matéria completa da cidade de Fartura na CemporcentoSKATE #104, já nas bancas.

Michele da Silva – “Re-inovação e Identidade”
19 anos, 3 de skate
Diadema (SP)
Apoio: SAM – Skate até Morrer

“Se eu pudesse hoje em dia só compraria mais tempo pra andar de skate”.

Por Evelyn Leine e fotos por Renato Custódio

O Boneless da Michele nos campeonatos é uma de suas manobras que mais arrancam aplausos da galera. É como passar um pano naquela idéia de skate técnico, com retilíneos Flips, empinados Grinds e coisas do tipo, pra trazer a tona um pouco de re-inovação e criatividade.
Como diria Douglas Prieto (colaborador da revista), “é a volta do skate divertido?”. Uma feliz resposta para categoria que percebeu a simples arte de diferenciar. Identidade é ponto positivo na formação de um skatista. Cada um tem a sua, e a da Michele ultimamente é a que vem se destacando por aí.
Num conflito entre trabalho x estudo x skate, ela nos conta um pouco sobre como é conciliar todas as suas atividades. A dica: “Tudo depende do seu próprio esforço”.

Leia matéria completa com Michele da Silva na CemporcentoSKATE #104, já nas bancas.

NOÇÃO DE NADA – “Sem gelo e sem rótulos” 
Banda carioca de post-hardcore lança seu quarto álbum – Sem Gelo – mostrando maturidade e fugindo de rótulos que possam limitar seu som

Texto Marcelo Viegas e foto Renato Custódio
“O rótulo Emo por si só já é um pé no saco, assim como qualquer outro, porém eles são meio que inevitáveis quando as pessoas tentam explica o seu som. A gente vem a cada disco tentando criar a nossa própria sonoridade e dificultar esse tipo de associação a outras bandas seja lá de qual gênero forem.” (Gabriel Zander, vocalista do Noção de Nada)

Vida de banda independente no Brasil não é moleza, porque em geral a grana é curta e a correria é grande. Então é sempre bom saber que uma banda underground conseguiu chegar sequer no segundo disco. Imagine então no quarto álbum, como é o caso dos cariocas do Noção de Nada. É um feito e tanto!

Leia matéria com NOÇÃO DE NADA na CemporcentoSKATE #104, já nas bancas.

Dando Idéia: “Skate Mental – Na verdade o skate não está nos pés, e sim na cabeça””
Texto e Foto por Guilherme Guimarães

Que o skate é um estilo de vida, leva ao exercício da imaginação e que a maioria dos skatistas é criativo, nós já sabemos. No entanto, há algo que me intriga quando penso na evolução do esporte e como certas manobras são possíveis. E isto eu percebo a cada vez que assisto a um vídeo novo e folheio as páginas de uma revista. Técnica, criatividade, audácia e persistência são alguns dos componentes daquilo que vemos no mundo “skatístico” de hoje. Skate é isso – uma miscelânea de estilos – que vai desde o streeteiro técnico, até o old school que inventa tudo em transições.
Penso que o maior responsável pela evolução do nível de manobras é um conjunto de tecidos nervosos que temos em nossos corpos: o cérebro. Mas o que o conteúdo da cachola tem a ver com skate? Tudo. O cérebro é responsável pela coordenação motora, pela execução dos movimentos e também pela criatividade. Igualmente, é nele que é gerado o medo e muitas vezes a imposição de certos limites. Se o medo for vencido e esses limites forem quebrados, tudo é possível no skate.

Leia Dando Idéia completo de Guilherme Guimarães na CemporcentoSKATE #104, já nas bancas.

Depto Sequencial: Pop Shovit por Denílson de Morais 

Stanley Probag
Desta vez o skatista profissional Stanley Inácio que fala sobre os produtos que usa e depois sorteia para você, leitor.

Ouvidos Atentos
– Boysetsfire: “The Mistery Index”
– Lobotomia: “Lobotomia”
– Desorden Público: “Diablo”
– Zefirina Bomba: “Noisecoregroovecocoenvenenado”

Espaço Amador
Fernando Pixaim: Londrina (PR); Marcelo Pancote: Sumaré (SP); Willian dos Santos: Americana (SP); Marquinho Antonio: Guarulhos (SP)

Encerrando em Grande Estilo
Daniel Vieira, 360 flip.