::CAPA::
Daniel Crazy, vencedor no gap com a manobra mais votada, nollie double heelflip . Foto: Ferrer
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Desafio de Rua 2005
Desafio de rua, de borda, corrimão, barranco, de transição. Transição de momentos, de situações, da concentração, decepções, realizações. Realizar, conquistar, persistir, desafiar. Desafiar o perigo, o medo, os obstáculos, o tempo, os limites. Limites físicos, emocionais, dos riscos. Riscos nas bordas, no corrimão, no chão, na pele. Pele sofrida, surrada, suada. Suor da conquista, da vitória, da satisfação. Satisfação em poder desafiar a si próprio, a si mesmo, a rua.
O Desafio de Rua 100%SKATE 2005 aconteceu em Goiânia, capital do Estado de Goiás, nos dias 22 e 23 de outubro. Dezenove skatistas convidados pelos seus patrocinadores participaram desse ano. O nível foi alto, e a galera se entrosou bem. Muitos se conheceram pessoalmente somente nessa viagem, que teve início ainda na redação da 100%SKATE, em São Paulo (SP), num final de tarde de quinta-feira, 20 e outubro. O ônibus que levou toda a delegação chegou ao seu destino na manhã do dia seguinte, foram 14 horas de viagem. Além dos skatistas convidados, completavam o ônibus-leito fretado a equipe da 100%SKATE e do canal ESPN Brasil. Como só cabiam 26 pessoas no veículo, o restante da equipe técnica foi de ônibus ou avião.
Leia matéria na íntegra com fotos e resultados de tudo que rolo neste Desafio de Rua 100%SKATE na100%SKATE # 93
:: Seções ::
Dois Pontos: Gui Zolin
Foi em 24 de novembro de 2002, Novo Hamburgo (RS). Final do Qix Pro Contest daquele ano, etapa que encerrava o circuito brasileiro de skate profissional. Guilherme Zolin protagonizou naquele fim de tarde, já início de noite, um dos momentos mais emocionantes da história recente do skate brasileiro. Nascido em Esteio, Gui estava em casa, a torcida era dele. Fez uma volta impressionante, difícil, sem erro qualquer. Antes de sua última manobra, a Qix Skate Park já fazia barulho. Pés batiam contra no chão e skates, contra as bordas. O desfecho: um nollie nosegrind perfeito no corrimão da pista, ele voltou com facilidade. Os demais competidores tomaram Gui nos braços, a essa altura ele saudava a torcida, emocionado. “Gui, Gui, Gui…” era o grito vindo das arquibancadas. Quem assistiu à cena jamais esquece. Mais que uma vitória merecida, o que se viu ali era o triunfo de um skatista admirado e respeitado. Gui Zolin é notório por ser praticante do
street verdadeiro, da rua propriamente dita. Entre os melhores do Brasil, e é versátil. Mostrou um pouco disso no Desafio de Rua 100%SKATE 2005.
Nome: Guilherme Nunes Zolin.
Nascimento: 20/06/1983.
Tempo de skate: 16 anos.
Onde nasceu e onde mora: Esteio (RS), Porto Alegre (RS).
Patrocínio: Venom, Freeday Shoes e Matriz Skateshop.
Primeiro skate: Nazi.
Leia íntegra da matéria com Gui Zolin na 100%SKATE #93, já nas bancas.
100%SKATE Girls: Marcela Cristina Valente
A skatista Marcela Cristina Valente vem de Nova Odessa, cidade do interior de São Paulo. Conta que sua cidade e região tem poucas meninas andando – basicamente, ela e mais duas –, mas elas fazem força para manter contato, marcam sessões juntas. Aproveitam também para se juntar quando há algum campeonato por ali.
Acontece, então, de Marcela andar na maioria das vezes ao lado dos meninos de Nova Odessa, e não vê problemas nisso, não mais. “Geralmente, ando com eles. E meu namorado, o Felipe, também anda”, explica. O que antes causava vergonha, um tombo na frente dos rapazes, por exemplo, agora é natural. (“Eles só vêm perguntar se está tudo bem e pronto.”) As sessões geralmente acontecem na única pista da cidade, que não é exatamente um exemplo de skate park… “Mas é melhor que se não tivesse nada”, avalia a única skatista do sexo feminino a freqüentar regularmente aquele espaço.
Leia entrevista com Marcela Valente na 100%SKATE #93, já nas bancas.
100%SKATE VISITA SUA CIDADE: Navegantes (SC)
Missão cumprida por Ivan Cruz
Fundada em agosto de 1962, a cidade de Navegantes está voltada para o mar e é sede de uma das maiores festas do Estado de Santa Catarina, a de Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos pescadores do sul do Brasil. Infelizmente, não tive o prazer de participar da festa, mas tudo bem… Só para informar, ela acontece no dia 2 de fevereiro. A galera que anda de skate em Navegantes possui uma pista pública à beira-mar, ao lado de um quiosque. A área é pequena, mas bem legal, garante bons momentos de divertimento. Há também uma praça e uns poucos picos de rua, nos quais dificilmente se pode andar de skate. Na praça, até que dá. Já nas ruas, a repressão é garantida. Houve épocas em que eram vários skatistas na cidade, ao todo chegavam a uns 80, isso em meados de 1990. A maioria parou, e hoje só uns cinco que estão constantemente sobre o carrinho.
Conheça mais sobre Navegantes (SC) na 100%SKATE #93, já nas bancas.
Depto. Seqüencial
Street: Frontside Nosegrind em corrimão Lélio Pimenta
Amplitude Auditiva: Pavilhão 9
Qual a ligação da banda com o skate?
Quem anda de skate até hoje é o Ortega [guitarrista]. Eu já andei, sou da época da Wave Park, Wave Cat [pistas da região de São Paulo famosas algumas décadas atrás]… Mas eu era bem moleque, tinha 10, 12 anos, isso era em 79, 80. Eu ia pra Wave Park, às vezes a minha avó me levava, porque eu era moleque.
No seu caso, como que a ligação com o skate influenciou em seu envolvimento com a música?
Pra mim foi total, cara. Eu andava de skate e, na minha época, ouvia muito Deep Purple, Black Sabbath, Hendrix… Mais pra frente, quando teve o primeiro campeonato de downhill, que eu corri até, nessa época eu ouvia já uns Frank Zappa. Depois, comecei a curtir punk rock – eu até cheguei a virar punk mesmo, em 81, tinha banda de punk – por causa do skate. E vendo as Skateboarder [revista americana], via nas matérias as bandas que os skatistas ouviam e corria atrás. Isso foi me levando a cada vez curtir mais o som. Pra mim o skate foi total influência, é um esporte que tem aquela coisa da agressividade.
E no caso do som do Pavilhão 9, como é a influência do skate?
O Pavilhão sempre agradou toda rapaziada de esportes. Desde os caras que fazem jiu-jitsu até skate, surf… É um som que, como tem energia, tem punch pra caramba, o povo do esporte curte, acho. Pra gente é legal pra caramba isso. O som tem adrenalina, é porrada.
O que o disco novo, Público Alvo, representa na evolução da banda?
Acho que este disco representa bem o que a gente sempre quis fazer desde que o Pavilhão virou banda. Só que foi um processo natural, a gente passou por todos os discos pra chegar neste aqui. Ele é mais homogêneo, o lado hip hop e o lado pesado, de guitarra, distorção, banda…
Leia matéria completa com Pavilhão 9 na 100%SKATE #93, já nas bancas.
Portfolio; Rogério Lemos
33 anos, 19 de skate – dez de arte
Ribeirão Preto – SP
O skatista Rogério Lemos faz seus trabalhos de criação e design lançando mão de basicamente dois “atributos”: instinto e independência. Formado em publicidade e propaganda pela PUC-Campinas, ele começou a lidar profissionalmente com arte em 1994, quando entrou na faculdade. “No segundo ano do curso, conseguiu um estágio. Lá aprendi a fazer websites, isso era bem no começo da Internet no Brasil, tive que me virar pra aprender. Os livros eram todos em inglês e não existiam cursos. Pra você ter idéia, na
faculdade não se ensinava como funcionava um website e como produzia. Eu e mais uns amigos é que começamos a ‘desbravar’ esse terreno do mundo virtual”, recorda. A partir daí, Rogério passou a interagir melhor com softwares gráficos (programas de computador) e produziu outros tipos de peças além de sites.
Leia matéria completa com Rogério Lemos na 100%SKATE #93, já nas bancas.
Fiksperto
Ouvidos Atentos – Ramirez, Asian Dub Foundation, The Kills e Bambix
Kosake Probag
Desta vez o skatista profissional Marcelo Kosake que fala sobre os produtos que usa e depois sorteia para você, leitor.
Espaço Amador
Raphael Levy – Jacareí (SP), Willian “Mindoin” – São Bernardo do Campo (SP) e Carlos “Iqui” – Porto Alegre (RS).
Dando Idéia: Imagens do Desafio de Rua 2005. Folheie abaixo:
Abaixo, assista também ao desafio de rua 2005.