Revista 100% Skate – Edição 94 – Janeiro de 2006
::CAPA::
Vanderlei Arame, desce uma borda gigante em uma escadaria de 21 degraus em São Bernardo do Campo (SP). Foto: Chopa
:: Matérias Principais ::
CRAIL WORLD CUP 2005
Ginásio do Ibirapuera, São Paulo (SP), dias 5 e 6 de novembro
Quando finalmente chegou o momento mais aguardado de todo o fim de semana, a final do Crail World Cup 2005, o ginásio do Ibirapuera estava no auge de sua empolgação, com o maior público dos dois dias de evento. A torcida atingia um grau de vibração raro naqueles instantes que precediam o início das últimas apresentações dos competidores…
O mês de novembro de 2005 seria marcante pela quantidade de eventos internacionais realizados em terras brasileiras. Seriam três finais de semana, um seguido do outro, cada qual com um diferente evento de grande porte e internacional: Crail World Cup 2005 (etapa brasileira do circuito mundial de vertical); Qix World Contest 2005 (também ela válida pelo
circuito mundial, só que na modalidade street); e finalmente o Brasil X Games.
Leia matéria na íntegra com fotos e resultados de tudo que rolo neste Crail World Cup 2005 na 100%SKATE # 94
Entrevista: Alex Carolino
Entrevista Alexandre Vianna Fotos Benoit Copin
É comum que para elogiar determinado skatista diga-se que ele tem um estilo único. No caso do curitibano Alex Carolino, porém, não há motivos para inventar na descrição: trata-se de um skatista que anda de um jeito diferenciado. Além de executar as manobras sempre à sua maneira, ele cria uma admiração quase que imediata em quem o vê numa sessão. Qualquer meia dúzia de manobras suas feitas no solo são de impressionar. Alex é de jogar
as manobras para o alto, o skate sobe – ele tem o pop. Num primeiro momento, seu skate plasticamente vistoso fez dele um dos streeteiros mais admirados do Brasil. Tempos depois, Alex tomou outros rumos, foi para fora, e o resultado não poderia ser outro: uma carreira internacional que, ainda no início, se mostra mais consistente a cada dia. Conquistou patrocínios de marcas estrangeiras, ganhou lugar de destaque no crescente mercado europeu, fez boas partes em vídeos. Foi o mesmo estilo único de Alex que o levou a alcançar um posto destacado entre os profissionais do Brasil. O elogio faz sentido. Mais de sua história, na entrevista que segue.
Como começou seu envolvimento com o skate?
Uns 14 anos atrás, em frente de minha casa, havia muita gente que andava de skate, e eu ficava vendo. Pedia skate emprestado para andar, era muito da hora. O natal estava chegando e eu pedi um skate para meus pais. Na manhã de natal, esperei pelo meu presente, mas nada. Fiquei um pouco triste. Minha mãe disse: “Alex, vai comprar pão”. Tá bom, né, fui. E, quando cheguei em casa, na sala havia uma caixa tipo do tamanho de um skate. Abri a caixa com muita alegria. Quando vi, era um skate com os trucks e rodas de plástico. Quase fiquei decepcionado, mas que nada, era um skate. Ainda naquela manhã, andei na rua e quebrei os truck no meio-fio; mesmo assim, continuei andando
com o skate por um longo tempo. Na rua, todo mundo se conhecia, aí uns camaradas agilizaram umas peças pra mim. Aí sim, montei um skate “profissional” – minha família não tinha condições para me “paitrocinar”. Depois de algum tempo fazendo “rolos” e
mais “rolos”, um amigo, o Milo, começou a fazer uma marca, Nollie Street, e começou a me patrocinar, então pude andar de skate.
Você teve muitos patrocínios brasileiros antes de ir para fora do País. Acredita que eles serviram de alavanca para você crescer aqui e ter estrutura para mudar para fora?
Tudo é valido. Tive alguns patrocínios no Brasil, e isso me proporcionou infra-estrutura para andar de skate. Mas [em] todas as marcas [para] que andei eu me dediquei 100%, e acredito que prestei um bom serviço.
Onde é sua casa oficialmente hoje em dia?
Curitiba, Paraná, Brasil.
Em quais países você já andou de skate?
Brasil, Argentina, França, EUA, Japão, China, Polônia, Alemanha, Suíça, Canadá, República Tcheca, Holanda, Espanha, Dinamarca e alguns que não lembro.
Leia entrevista na íntegra com fotos do Alex Carolino em ação na 100%SKATE # 94
:: Seções ::
Dois Pontos: Marcelo Just
Ícone do street brasileiro do final da década de 80 e início da de 90, campeão brasileiro naquele período, o paulistano Marcelo Just é citado como uma das principais influências por muitos dos profissionais que consolidaram o skate por aqui ao longo dos últimos 15 anos. Anda de skate desde 1985, época em que vários dos nomes fortes da nova geração sequer haviam nascido. Continua até hoje na sessão de skate. Este Dois Pontos é uma boa
oportunidade para que se saiba mais sobre Just e se reconheça sua importância.
Nome: Marcelo Justino Santos.
Nascimento: 16/11/1972.
Tempo de skate: 20 anos.
Onde nasceu e onde mora: São Paulo (SP), Zona Leste; e São Paulo (SP), Zona Norte.
Patrocínio: Dekton Skateboarding.
Primeiro skate: rodas DM, shape Sinistro e truck H-Prol.
Leia íntegra da matéria com Marcelo Just na 100%SKATE #94, já nas bancas.
100%SKATE Girls: Alessandra Meduza
Texto por Evelyn Leine
Alessandra Meduza ficou grávida aos 17 anos. Na época, descendo ladeiras e envolvida com campeonatos de skate feminino. A notícia da gravidez foi inesperada. Teria que parar de se ralar no asfalto para tomar todos os cuidados com o bebê que estava por vir. Foram três anos sem subir no skate, ela voltou às sessions aos poucos e não parou mais. Hoje, sua filha, Pâmela, poderia ser descrita como seu oposto: vaidosa, gosta de rosa e quer fazer balé. Meduza, quando tinha a idade da filha, se jogava nas ladeiras com o rolimã e empinava pipa. A insistência para filha continuar suas “remadas” foi grande, mas quem acabou caindo nas graças do carrinho foi o marido, Juliano.
Você já andava de skate quando ficou grávida?
Andava, mas eu tive que parar de andar porque o mínimo capote que tomasse eu poderia perder o neném. E também depois de ganhar o nenê eu amamentava, tinha que trocar fralda, tive que dar um breque.
Com quantos anos você ficou grávida?
Dezessete anos. Ando de skate desde o dez, mas sempre paro e volto, não consigo me desligar do skate. Mesmo tendo 30 anos nas costas, eu continuo fazendo umas sessions for fun. Não que nem antes, que eu corria campeonato. Hoje em dia é só diversão mesmo.
Leia entrevista com Alessandra Meduza na 100%SKATE #94, já nas bancas.
100%SKATE VISITA SUA CIDADE: Serrana (MG)
Missão cumprida por Ivan Cruz
Em uma curta viagem por Minas Gerais, mais precisamente pela região oeste do Estado, juntamente com meus amigos e skatistas Jorge Negretti e Leandro Saguão, na qual desbravávamos novos lugares para andar de skate e fotografar, passamos por Nova Serrana, onde tive a idéia e a oportunidade de fazer uma visita.
Há duas pistas de skate no município, que, apesar de imperfeitas, são uma opção para algumas sessões. Infelizmente, só pude conhecer uma, a melhor delas, segundo os skatistas de lá. A área é bem legal, não muito grande, mas dá pra manter a base e aprender novas manobras. Para os mais atirados, tem um gap bem alto e extenso na saída da pista, no estilo do que gostam de andar os amigos “pernas de mola” que estavam comigo.
Conheça mais sobre Serrana (MG) na 100%SKATE #94, já nas bancas.
Depto. Seqüencial
Street: Frontside Feeble Transfer Marcello Gouvêa
Amplitude Auditiva: Radiola Santa Rosa
Hip hop ostentação zero… ou R$ 1,00
Por Cauê Muraro
“Disqueria é no nome do sebo onde compramos as bolachas que usamos para fazer os nossos loops. Usamos para criar o nosso play discos de 1 R$, softwares grátis e um estúdio improvisado. Dedicamos essa gravação a todos os sebos que mantêm a nossa cultura viva e para todos os artistas sampleados, para nós foi um ato de devoção divulgar quem nos inspira. Espero que esses artistas não nos processem, e se nos processarem esperamos, esperamos ter dinheiro pra pagar! Obrigado.”
Leia matéria completa com Radiola Santa Rosa na 100%SKATE #94, já nas bancas.
Portfolio: Fellipe A. Araujo Bigode
25 anos, sete de arte
São Paulo (SP
Fellipe Araujo, conhecido como Bigode, começou a desenhar desde cedo, ainda criança. Atualmente, desenha para a marca de skate Venom, principalmente criando estampas. Lida também, no seu dia a dia, com ilustrações e cartoons. E deixa um conselho: “Acho que as pessoas nunca devem jogar os desenho no lixo, mesmo não estando muito do seu gosto, porque este é o único jeito de você saber a tua evolução no desenho. E é bom também ter seus desenhos antigos guardados. Experiência própria!”. Quer falar com ele, só mandar um email para, [email protected].
Leia matéria completa com Fellipe A. Araujo Bigode na 100%SKATE #94, já nas bancas.
Fiksperto
Circuito amador de Cuiabá (MT) utiliza obstáculos de rua
Circuito Melhor Manobra Choice encerrou sua quinta edição com disputa de
alto nível em corrimão
Dada a grande quantidade de picos espalhados pelas ruas de Cuiabá, a Choice Streeshop, loja local, decidiu no início de 2005 aproveitar na prática o potencial da capital do Mato Grosso. Assim foi criado um circuito de melhor manobra envolvendo alguns dos principais nomes do skate amador da cidade. Foram cinco edições até aqui, a última delas encerrada no início do último mês de outubro. Todas com quatro etapas, sendo cada etapa disputada num diferente pico cuiabano, sempre em finais de semana.
O 5º Circuito Melhor Manobra Choice teve seus participantes convidados pela loja e pelo Instituto de Esportes e Culturas Alternativas (Ieca). O último pico foi um impressionante corrimão de 18 degraus que fica num posto de gasolina. Apenas cinco skatistas se arriscaram. No chão, foram colocados “madeirites” na entrada e na saída do obstáculo, já que o chão era muito irregular. O primeiro a começar a se jogar optou por um fifty, mas logo ele sofreu uma queda e acabou desistindo. Depois, veio Chupim, que mandou um
crooked e em seguida também caiu feio, torcendo o pé. Deivison “Verme” arriscou um rockslide e voltou perfeito após poucas tentativas. O quarto foi Flávio Benedito, que, empolgado, começou tentando um fifty e não desistiu, apesar de uma queda preocupante, e concluiu a manobra. Verme ainda tentou descer de feeble, escorregou vários, mas machucou o pé.
Bambam Probag
Desta vez o skatista profissional James Bambam que fala sobre os produtos que usa e depois sorteia para você, leitor.
Espaço Amador
Marciel Bueno – Campinas (SP), Cassio Rodrigues – São Leopoldo (RS), José “Charles” – Aracaju (SE) e Ivan Khalil – São Paulo (SP).
Dando Idéia: Você, personagem desta história
Por Douglas Prieto
A história do skate está sendo escrita agora. Escrita com sangue e suor, em folhas de concreto e madeira. Por nós mesmos. Presenciando, executando, registrando, criando.
Se o fato de ser uma atividade (ou esporte) relativamente recente traz todas as dificuldades contra as quais lutamos diariamente (aceitação, falta de locais apropriados e de patrocínios, materiais adequados etc.), por outro lado temos o privilégio de estarmos vivenciando as grandes conquistas, as criações de manobras, as primeiras revoluções. Se não estamos vendo agora, ao menos elas ocorreram num passado recente.
Leia Dando Idéia completo com Douglas Prieto na 100%SKATE #94, folheie abaixo: