Edição 99

 

Revista 100% Skate – Edição 99 – Junho de 2006

::CAPA::
Wagner Ramos, switch fs nosebluntslide no corrimão da Câmara em Porto Alegre (RS). Foto: Gaston Francisco

:: Matérias Principais :: 

Entrevista: Wagner Ramos 
“O que mais me motiva é o estilo de vida de ser skatista”

Wagner Ramos
27 anos, 17 de skate
Patrocínios: Drop Dead, Drop Shoes, TypeS, Hurley. Santo André (SP)

Wagner Ramos está construíndo uma respeitada carreira internacional. Seu estilo em cima do skate é inconfundível, técnico, preciso e divertido. Começou a andar de skate aos 8 anos de idade, na cidade de Cascavel, bem no interior do Paraná. Parou por três anos e meio, em meados da década de 90, como um monge que se afasta para evoluir espiritualmente. Em 99 voltou e teve uma ascenção meteórica. Em 2002 saiu do Brasil pela primeira vez, convidado a participar do X-Games, e seu talento foi rapidamente reconhecido lá fora junto com seu irmão Rodolfo Ramos “Gugu”. Bob Burnquist os apadrinhou. Nos quatro anos seguintes conheceu sete países e se encantou com o Japão. Wagner já tinha trabalhado como Sushi man em um restaurante japonês, em Curitiba, em tempos diferentes . Recentemente decidiu mudar-se para Floripa, e levou toda a família Ramos. Nas próximas páginas uma entrevista exclusiva, feita em uma mesa de bar no bairro boêmio da Vila Madalena, em São Paulo, onde Wagner conta, o que as outras mídias não costumam perguntar, sobre seu estilo de vida de skatista.

Como foi sua decisão de morar em Florianópolis?
Minha família já queria mudar de Cascavel. Escolhi Floripa porque minha vida está tão maluca em termos de viagem, que às vezes passo muito mais tempo em outros lugares do que em casa. Quero que, a cada vez que eu voltar, estar em um lugar tranquilo, com uma qualidade de vida mais interessante, uma vida boa, sem muito “auê”. Até pensei no fato de Floripa não ter muita pista e as coisas não acontecerem lá. Mas Floripa, querendo ou não, tem o bowlzinho ali perto. Pra ir à Curitiba dá pra ir de carro bem cedinho e ainda chegar na hora do almoço. Se quiser voltar pra casa de noite dirigindo, ainda dá pra fazer isso. Pegar o avião e ir pra São Paulo é muito fácil. Em uma hora você está onde tem todas as revistas e as pessoas certas pra você fazer um rolê de skate. Cascavel não tinha aeroporto direito, mas nem funcionava. Floripa pode parecer longe de tudo, afastado, mas não é. E é um lugar muito tranquilo.

Você levou toda a familia Ramos para Floripa? 
Hoje tá todo mundo lá. Na cidade origem da família, Cascavel, tá a filha do Gugu com a mãe dela. Agente tinha a raiz lá e deixou tudo pra trás.

Leia a Entrevista com Wagner Ramos na íntegra com fotos dos na 100%SKATE # 99

Diego Mattos assume o comando
Diego Rodrigues Mattos
22 anos, 9 de skate

O gaúcho Diego Mattos é um exemplo de como as pessoas podem assumir o comando
da sua própria vida. Skatista talentoso e de opinião forte, percebeu que
muitas oportunidades escaparam quando estava seguindo um caminho errado. Ele
escutava muito as pessoas e, se guiava por opiniões de outros em momentos
que lhe faltava lucidez. Perdeu patrocínios, amizades e experiências. Mas
Diego refletiu, admitiu erros, mudou e assumiu a direção. Hoje, é uma pessoa
mais madura, que não perdeu sua vontade de andar de skate e evoluir.
Confira nas páginas que seguem, opiniões e aprendizados que poucos teriam
coragem de falar.

Diego Rodrigues Mattos. 
Nasci em Porto Alegre (RS) e com um ano fui morar em Curitiba (PR). Fiquei até os nove e voltei para Eldorado do Sul (RS) onde mora a família da minha mãe, município que fica a 11 km de Porto Alegre. Hoje eu moro em Porto Alegre no bairro Navegantes, perto da antiga pista do Hard Roller, onde eu comecei a enxergar as coisas acontecerem.

Primeiro contato com o skate. 
Eu tinha uns 8 anos. Subi em cima de um skate e um cachorro, que passava no corredor, me mordeu na bunda. Aquilo ali me deixou com medo. Voltei só com 13 anos e já voltei no pique. Eu jogava futebol no colégio, era apaixonado por futebor, era futebol, futebol, e toda hora futebol. Quando eu subi em cima do skate eu esqueci o mundo. O resto do mundo pra mim sumiu. Parei de jogar futebol e fui num campeonato em Novo Hamburgo, fiquei alucinando. Vi o Alexandre Ribeiro (skatista de Esteio) dando um switch flip de front 270, e aquilo ali parece que mexeu com minha cabeça. Eu pensei, “nossa!”, eu tenho que andar de skate, eu vou me dedicar. Foi aí que comecei a me dedicar 24 horas por dia.

Leia a matéria Diego Mattos assume o comando na íntegra com fotos dos na 100%SKATE # 99

Manaus: “A Luta Pelo Skate na Cidade” 
Por Renato Custódio

É preciso destacar a importância de nossa visita à cidade, pois é muito caro um skatista sair de lá para chegar até São Paulo e conseguir marcar uma sessão com algum fotógrafo/videomaker.

A cidade de Manaus está localizada dentro de uma das maiores reservas ecológicas do planeta, e sua grande biodiversidade nos proporcionam constantemente a descoberta de novas espécies de plantas e animais. Da mesma forma, não é difícil achar novos talentos que nunca apareceram em uma revista especializada e como não poderia deixar de ser, ainda tem muito skate para ser apresentado.

Após a construção da pista de Ponta Negra há quatro anos, era certo que novos talentos iriam surgir, pois a pista proporciona algo indescritível. Ulysses Boca e Adonis Perfeito nos descreveram do fundo do coração um pouco mais sobre a história do skate na capital do Amazonas. Bem vindo a Manaus!

Leia matéria na íntegra com fotos de skatistas de alto nível de Manaus na 100%SKATE # 99

100%SKATE Girl: Larissa Carollo 
“O fato de ser skatista não me leva a ter atitudes semelhantes a dos meninos”.
Por Evelyn Leine
Larissa Bárbara Carollo
20 anos, 7 anos de skate
Curitiba/PR
Patrocínio: Urgh!, Shopping Omar, prefeitura de Curitiba.

Você já deve ter ouvido falar desse nome: Larissa Carollo. Pois é, a fama dessa curitibana não vem de hoje. A mina literalmente destrói no skate, os 75 troféus na casa dela dizem alguma coisa. Terminou 2005 com o fim do contrato de um patrocinador que a acompanhava há seis anos. Agora, parece que o sol voltou a brilhar para ela. Arrumou três novos patrocínios e se profissionalizou, fato quase inédito aqui no Brasil para uma menina. Um dos seus planos em 2006 é finalmente pisar em solo estrangeiro e mostrar seu estilo técnico e super feminino, que dá o que falar. Abaixo, Larissa fala um pouco da sua nova categoria no skate, seu programa de treinamento exclusivo, sua pista em casa, entre outros assuntos.

A partir de que momento você viu o seu skate profissionalizado? 
É meio estranho ainda falar que sou profissional de skate. Graças a Deus estou em uma marca que leva o skate a sério e me considerou como atleta profissional, com salário todo mês, enfim, toda a estrutura necessária para a prática do esporte. Porém, infelizmente sou uma das poucas meninas que tem esse privilégio, o skate feminino ainda é muito discriminado. Sinto-me uma profissional do skate a partir do momento em que estou ganhando para andar e tenho o skate realmente como meu trabalho. Mas ao mesmo tempo não me sinto (profissional) quando vejo a que pé anda o skate feminino no nosso país, em relação às marcas e eventos que tratam o skate feminino como apenas uma categoria de descontração. Enquanto os meninos ganham nos circuitos passagens para outros países, nós meninas, no máximo, recebemos um shape, umas camisetas e um parabéns.

Leia matéria na íntegra com fotos de Larissa na 100%SKATE # 99

Frame
Confira belas fotos com Willian Seco, Silas Bisteca, João Anjinho e Leandro Saguão.

:: Seções :: 

Dois Pontos: Vitor Simão 
O Curitibano Vitor Simão, para quem não sabe, é o irmão mais novo do skatista profissional Mizael Simão. Dele herdou a inspiracão para andar no vertical. É um dos fortes representantes dessa nova geração de skatistas que encaram as grandes paredes. Tem estilo próprio, consistente e muito futuro pela frente. Em 2006 resolveu consertar seu joelho, que estava desgastado com as pancadas, e fez uma cirurgia de cruzado posterior. Vai ficar seis meses sem andar com o objetivo de voltar fortalecido e continuar sua saga de skatista profissional. Formado em educação Física, Vitor está aproveitando seu tempo para dar aulas e ajudar a divulgar o skate na sua cidade. Confira um pouco de sua personalidade.

Nome: Vitor Cesar Simão
Nascimento: 24/10/81
Tempo de skate: 10 anos, 3 últimos de vertical
Onde nasceu e onde mora: Curitiba (PR)
Primeiro skate: Shape velho, rodas quadradas e peças antigas do meu irmão.

Leia íntegra da matéria com Vitor na 100%SKATE #99, já nas bancas.

BARUERI – PRIMEIRA CIDADE A TER UM TÉCNICO E EQUIPE DE SKATE
Barueri acaba de contratar o skatista profissional Mauricio Chileno para comandar uma equipe de 20 skatistas, que vão representar a cidade. Com isso, Barueri torna-se pioneira na idéia de criar um “técnico de skate”, pretendendo assim, ficar conhecida como a cidade do skate.

A cidade de Barueri teve por diversas vezes atitudes pioneiras quando o assunto é skate. Considerando que o condomínio Alphaville é no municipio de Barueri, foi lá, no Alphaville Tênis Clube, que a primeira pista de skate do Estado de São Paulo foi inaugurada em 1976. Com o passar dos anos nove pistas públicas foram construídas na cidade, além de diversas particulares nos condomínios fechados. Para um múnicipio de 250 mil habitantes (IBGE 2004), não é pouca coisa. Barueri disponibiliza ainda um ônibus público que leva os skatistas nas pistas gratuitamente nos finais de semana, além de promover desde 2003, um circuito que vai passando de pista em pista.

Leia matéria na Íntegra de Barueri na 100%SKATE #99, já nas bancas.

Depto. Seqüencial 
Street: 360 Flip por Ronaldo Formigão

Fiksperto

Dando Idéia: Uma pista do futuro das pistas 
Por Lucas Pexão
O skate surgiu nas ruas, nos anos 50, mas foi nos anos 80 que os skatistas saíram das piscinas para descobrir as infinitas possibilidades da arquitetura urbana. De certa forma, a lógica era a mesma das piscinas californianas: Andar de skate em estruturas criadas para outros propósitos, fazendo um exercício de adaptação, expressão e diversão.

Assim o skatista de rua foi se transformando num especialista em mobiliário urbano, o conjunto de elementos que inclui, por exemplo, calçadas, escadas e corrimãos, mas também esculturas e grandes obras arquitetônicas. Quem anda de skate na rua está sempre com o radar ligado, analisando a cidade, cuidando a textura do chão, o espaço, a estética e imaginando manobras para, se tudo der certo, transformá-las em realidade e, quem sabe, registrar em foto ou vídeo. Ao contrário do “cidadão comum”, o skatista está atento à arquitetura.

Leia matéria na íntegra na 100%SKATE #99, já nas bancas.

Amplitude Auditiva: Afrogueto: seguindo a ordem natural das coisas

Entrevista por Julio Detefon, texto Guilherme Lima e foto Alexandre Vianna

O rap definitivamente faz parte da cultura brasileira. Ele nasceu em solo americano mas aqui no Brasil criou estilo e identidade própria. Na cidade de Salvador, Bahia, encontramos mais uma prova da força tupiniquim das poesias rimadas, do rap mais do que nacional, brasileiríssimo. O grupo Afrogueto.

O nome surgiu do fato dos integrantes serem afros-descendentes que viviam espalhados pelos guetos da cidade de Salvador. Nada mais interessante do que ter um nome que fosse ligado as suas raízes. O grupo passou por quatro formações, até se solidificar com Daganja, Kiko e Oz nos vocais, Dj Mario nos toca-discos e Dudoo na percussão. Para Oz “o dom do rap vem de dentro de cada um, daí montar um grupo foi só questão de tempo e identificação. Nós lutamos pelas mesmas causas, é só seguir a ordem natural das coisas. Devagar também é pressa”.

Leia entrevista com Afrogueto na 100%SKATE #99, já nas bancas.

Daniel Crazy Probag
Desta vez o skatista profissional Daniel Crazy que fala sobre os produtos que usa e depois sorteia para você, leitor.

Espaço Amador
Gabriel Puralli: Ouro Fino (MG), Gustavo Meteoro: Contagem (MG), Gilmar Guimarães: São Paulo (SP) e Maurício Parmalat: Porto Alegre (RS).