Sobre essas ruas sujas cheias de lixos acumulados, entupida por carros que estão quase sempre atrasados, carrego uma ferramenta que ultrapassa obstáculos, me levita pelo asfalto e assim me perco nos meus caminhos imaginários. Desafios superados aos passos largos de uma remada. Continuo deslizando e assim deixando meu rastro de energia sobre esse plano. Nas paredes, em meio aos pixos e graffitis poéticos da cidade, deixo meus wallrides.
São quase dezessete anos de skate. Afinal, é muita história pra contar, posso dizer que skate é bastante coisa boa junto. Sem sombra de dúvidas, puro amor. Mas também sabe ser raiva. Se quer acertar é comum cair, desistir jamais: esse é um dos aprendizados mais importantes do skate. Saber cair e sempre levantar, tentar de novo, quantas vezes precisar, não abaixar a cabeça para os desafios. Tem que correr o risco, levantar com sede de fé, saber esperar a hora certa, confiar em você e na sua intuição. Insanidade que encanta, encantamento que parece mágica, atitude que confronta sua capacidade.
Assista:
Arte em movimento. Ferramenta de expressão, amizades que prevalecem se fortalecem. Não existe o melhor ou pior, e que todos somos importantes, todos temos algo a ensinar e a oferecer. Se ver em todas as pessoas, somos todos irmãos. Eu sou um outro você. E ser o tal “vencedor” já não tem importância.
(texto por Jean Spinosa. Íntegra na edição 216)
Fotos por Frederico Vegele